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Saber ouvir é tão importante quanto saber falar – De um modo geral as pessoas querem ser vistas, ouvidas, patrocinadas, reconhecidas e aceitas.

Pesquisas apontam que os líderes que ouvem, são aqueles considerados os melhores por seus liderados e por consequência, os que conseguem os melhores resultados das equipes.

Do mesmo modo, as relações conjugais mais duradouras estão baseadas no respeito e na capacidade dos parceiros em ouvir e patrocinar um ao outro.

Que habilidade é essa que é tão bem vista e ao mesmo tempo bastante escassa?

Não existe nada mais desestimulante e desagradável do que quando contamos algo que consideramos muito importante para alguém e essa pessoa dá de ombros ou comenta algo superficial, apenas por comentar.

Imagine que o marido ou a esposa acabou de ser promovido, chega em casa com enorme expectativa em compartilhar com o parceiro e o companheiro não dá a atenção devida, ou faz um comentário genérico e superficial, do tipo: “Já era tempo” e não se importa em saber os detalhes: Se esta promoção trouxe felicidade, insegurança, apreensão, medo, etc.

Na verdade, não é necessário que seja algo muito significante, pois mesmo nas questões cotidianas queremos ser vistos, ouvidos e quando isso ocorre nos sentimos respeitados e acolhidos. Saber escutar ativamente aquilo que está sendo dito é uma questão de treino.

Na maioria das vezes, o indivíduo não ouve porque não desenvolveu o hábito. Depois de treinar e colocar em prática passa a sentir prazer em ouvir as pessoas, sobretudo, a partir da reação positiva de quem se sente ouvido.

Além do fator ansiedade, o que nos impede de prestar atenção ao que está sendo dito com acuidade sensorial, é a necessidade de autoafirmação.

Ao invés de ouvirmos, geramos um debate a qualquer conversa, para mostrarmos que estamos certos ou que sabemos do assunto, por insegurança ou vaidade. Às vezes, não ouvimos, pelo receio de não estarmos à altura do assunto.

Então, ao invés de saborearmos o que está sendo dito ficamos de antemão, elaborando mentalmente uma resposta.

Quantos de nós nos sentíamos confortáveis quando o professor apontava em nossa direção e pedia para que respondêssemos algo relacionado à sua dissertação? É provável que bem poucos, não é?

Acontecimentos como esses, podem ter gerado em nossa mente, um efeito de comparação e generalização, ou seja, muitas vezes, em diálogos que deveríamos estar mais atentos a ouvir, na verdade estamos preocupados em saber a resposta exata, para que não sejamos vítimas de deboche, assim como em alguma dessas situações de infância.

Existem casos onde o interlocutor verdadeiramente não está preocupado em ouvir. Essa queixa é muito comum no consultório, quando realizo atendimentos aos casais.

Questionados sobre o assunto, as respostas são cópias umas das outras: “Eu passo tanto tempo no trabalho obrigado a prestar atenção em tudo e quando chego em casa não posso nem relaxar, tenho que ficar prestando atenção a cada detalhe”.

Ou seja, prestar atenção, ouvir, parece para essas pessoas uma espécie de castigo. Existe uma grande confusão que para se sentir relaxado é preciso ficar ausente, quando na verdade quanto maior a profundidade do relaxamento maior concentração e presença haverá no diálogo.

Saber ouvir um interlocutor é acolher, é se colocar no lugar do outro, é evitar julgamentos e sobretudo controlar a tendência natural e sedutora de se mostrar sendo o senhor da verdade, do tipo que a cada frase ouvida, lança a célebre e muitas vezes desnecessária frase: “Se eu fosse você, eu…”.

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